• Atendimentos no GAAPE estão suspensos até fevereiro

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  • 16/01/2019 11:17

    A intervenção do governo estadual na Fundação para a Infância e Adolescência (FIA) interrompeu os atendimentos da área de saúde do Grupo Amigos dos Autistas de Petrópolis (GAAPE). Os serviços foram suspensos na última segunda-feira (14) e, de acordo com uma das fundadoras, Ângela Rodrigo Machado do Amaral, só devem voltar em fevereiro. A medida do Estado foi publicada por meio de decreto no Diário Oficial do dia nove.

    A intervenção, segundo o texto, incluiu a instauração de uma auditoria que vai reavaliar atos, convênios e contratações da FIA de todo o ano de 2018. O decreto assinado pelo governador Wilson Witzel suspende atos que tenham causado aumento de despesa de capital ou de custeio, inclusive de pessoal. A intervenção deverá durar 180 dias. Entre os programas atendidos pela entidade estão o de crianças desaparecidas e o de proteção a vítimas de violência; além de convênios com ongs.

    Segundo Ângela, sete profissionais que fazem os atendimentos de saúde, entre eles de psicologia e fisioterapia, vão ficar 180 dias sem receber salários por causa da intervenção. "Desde novembro já não estávamos recebendo os recursos para o pagamento dos salários desses profissionais. Agora, depois desse decreto, serão 180 dias sem o salário. Estamos nos mobilizando para evitar que isso aconteça e consigamos voltar com os atendimentos em fevereiro", explicou.

    A intenção da entidade é mobilizar os pais e familiares dos pacientes que, além de um abaixo-assinado, também vão escrever cartas para sensibilizar o governador. O grupo estará nessa quarta-feira (16) no Calçadão do Cenip, no Centro, com o objetivo de mobilizar a população. "Os pais estão empenhados, mas queremos também o apoio da população. Quanto mais assinaturas enviarmos para o governador, melhor", comentou Ângela. As cartas e os abaixo-assinados devem ser entregues ainda esta semana ao governador.

    O decreto pegou de surpresa também os pais dos assistidos pelo GAAPE. A dona de casa Gisele Portilho Borges, de 40 anos, que tem um filho de quatro anos que frequenta a entidade, teme por atrasos que possam vir a acontecer no desenvolvimento da criança. "Os avanços acontecem aos poucos, mas para isso o trabalho com eles não pode ser interrompido. Precisamos evitar que o GAAPE feche as portas", disse.

    A entidade foi fundada em 2001 e atende 110 pessoas por mês, com idades entre dois a 48 anos, oferecendo atendimento multidisciplinar (neurologia, atividade de vida diária, shiatsu terapia, reforço escolar, psicologia, inclusão digital, fisioterapia e fonoaudiologia) usando abordagem comportamental. O GAAPE também tem convênio com a prefeitura, que além de repassar recursos que garantem o pagamento de outros profissionais que não são da área da saúde, também é responsável pelo custeio do aluguel. Segundo Ângela, o convênio com o município não foi alterado e as verbas estão sendo repassadas. Há cinco anos o GAAPE foi transferido para um imóvel na Rua Santos Dumont, no Centro.

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