• Blocos de carnaval já se organizam para retomar desfiles em 2020

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  • 07/03/2019 17:54

    Para evitar os problemas com a falta de documentação para o Carnaval do ano que vem, os dirigentes de diversos blocos já estão se organizando para garantir que ocorram desfiles e programação de rua na cidade. Por conta das determinações judiciais, os foliões tiveram poucas opções: apenas quatro blocos foram autorizados a fazer suas apresentações e alguns espaços privados tiveram permissão para abrir as portas com programação de Carnaval.

    O produtor do Vai Quem Quer (um dos blocos autorizados a desfilar no Centro), o arquiteto Luiz Amaral, disse que no início do segundo semestre já estará entrando com todos os pedidos nos órgãos responsáveis para evitar transtornos. "Tudo o que for preciso faremos com bastante antecedência. O que nós queremos é que tenha Carnaval na cidade para que os foliões possam se divertir. Queremos que os blocos, tradicionais e conhecidos na cidade, tenham sua liberdade de poder desfilar", comentou.

    O Vai Quem Quer desfilou todos os dias de Carnaval com restrições da justiça no trajeto. Com o impedimento de passar pelo Centro Histórico, o bloco iniciava suas apresentações na Praça Clementina de Jesus (onde se concentrava) e seguia pela Rua do Imperador até ao Shopping Dom Pedro, onde deveria retornar até a praça. Apesar do trajeto mais curto do que o realizado todos os anos, Amaral considerou positivos os dias de desfiles.

    "Comemoramos os 49 anos do bloco de uma forma bem legal, sem confusão e com alegria. Por sermos a única opção no Centro, acabamos recebendo um número maior de foliões, mas tudo transcorreu bem", comentou o produtor do bloco. Estima-se que cerca de 900 pessoas participaram, diariamente, dos desfiles do Vai Quem Quer.

    Amaral disse também que o bloco estará à disposição de dirigentes de outros grupos que tenham dúvidas sobre o processo de retirada e pedido de alvarás e autorizações. "Quem quiser a nossa ajuda, estaremos aqui para conseguirmos fazer um belo Carnaval no ano que vem, com todos os blocos desfilando e fazendo a alegria dos foliões", ressaltou.

    O líder da banda petropolitana Tribo de Gonzaga, Toni Magdalena, também falou sobre a criação de um Fórum de Cultura, que servirá de palco para a discussão sobre a realização de eventos no município. Na última segunda-feira (4), o grupo se apresentaria no Estúdio Aldeia, mas foi impedido pela Polícia Militar de promover o show, por conta da inexistência de autorização judicial, conforme definido em audiência na 4ª Vara Cível na segunda-feira (25) antes do Carnaval

    “O impedimento não foi infundado. O problema é que há anos gestores e organizadores de evento não fazem a legalização de forma correta. Tudo isso poderia ter sido evitado se, no início do ano, o governo tivesse chamado os responsáveis por blocos e eventos e orientado sobre os procedimentos que deveriam ter sido adotados. Há sete anos, promovo o Carnaval da Liberdade e sempre atuei de forma regular, com todas as autorizações necessárias”, frisou Toni.

    A banda também estaria participando do Carnaval da Liberdade na Praça de Nogueira. A iniciativa era do Sesc, que cancelou a festa na sexta-feira (1°), alegando preocupação com o cancelamento de outros eventos inicialmente previstos na cidade, o que poderia aumentar significativamente o movimento previsto na Praça de Nogueira. 

    O presidente do bloco Acadêmicos do Indaiá, João Ferrari Jorge, também manifestou tristeza com o impedimento de realizar as apresentações na comunidade. "Tínhamos todos os documentos da Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e CPTrans. Só não conseguimos a autorização da Secretaria de Fazenda, o que impediu a nossa apresentação. Para o próximo ano, vamos correr atrás de todo o processo bem cedo para garantir o Carnaval da nossa comunidade", comentou.

    O bloco desfila desde a década de 60 e desde 2003 leva o nome de Acadêmicos do Indaiá. As apresentações acontecem na praça do São Sebastião. Na segunda-feira, eles promoveram um protesto no local do evento. Com faixas pretas nos instrumentos musicais e nas camisas eles se reuniram na praça a fim de chamar a atenção para a falta de licença. "Foi uma tristeza. Disseram pra gente que não tinham como garantir a segurança para o evento, mas na nossa manifestação a polícia estava lá. Não quero julgar, nem criticar ninguém, mas o que queríamos era promover a alegria da comunidade", concluiu João Ferrari. 

    A Tribuna entrou em contato com o comandante do 26º BPM, tenente-coronel Marcelo Bernardo, mas ele não quis comentar sobre as proibições dos desfiles e fazer um balanço sobre as ocorrências durante o Carnaval. Também entramos em contato com a assessoria da Polícia Militar, mas até o fechamento desta edição não recebemos a resposta.

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