• Consultas e terapias estão cada vez mais frequentes no ambiente online

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  • 03/02/2019 09:35

    Com a correria do dia a dia e em tempos nos quais os aplicativos de mensagens e redes sociais fazem parte da rotina de muitos brasileiros, é cada vez mais frequente o uso desses mecanismos para tirar dúvidas com o médico ou até mesmo em consulta com o psicólogo. O Conselho Federal de Medicina (CFM) autoriza o uso das mensagens em alguns casos, mas nunca em substituição às consultas presenciais. Já o Conselho Federal de Psicologia (CFP) publicou resolução autorizando o atendimento online.

    Para os pacientes, o uso dos aplicativos de mensagens, além de ser mais prático e rápido, auxilia em um momento de emergência. O jornalista Renan Vargas Vieira, de 30 anos, já consultou um dermatologista por meio de mensagens via celular. "Eu queria tirar dúvidas sobre um medicamento e um amigo me indicou. Foi rápido, era uma consulta simples, o que evitou que eu esperasse para marcar o atendimento no consultório", comentou.

    Segundo o jornalista, as consultas por telefone também são comuns na sua família. "A minha avó tem um médico que cuida dela há anos. Sempre que tem um problema e estamos preocupados e não há tempo de resolver, recorremos à ligação", contou. A prática de ligar para os médicos é conhecida do brasileiro e ocorre há anos. O próprio Conselho Federal de Medicina informa que “o médico pode orientar por telefone pacientes que já conheça, aos quais já prestou atendimento presencial, para esclarecer dúvidas em relação a um medicamento prescrito, por exemplo.”

    O coordenador da Seccional do Cremerj-Petrópolis, Guilherme Toledo, destaca a importância da consulta presencial entre médico e paciente.

    Para o coordenador da Seccional do Cremerj-Petrópolis, Guilherme Toledo, o uso das redes sociais e aplicativos de mensagens podem trazer prejuízo à relação médico-paciente. "Pode haver interpretações erradas nos textos. Além disso, o médico precisa ver o paciente, examinar. A consulta tem que ser presencial, onde o profissional pode analisar todos os exames e conversar diretamente com o paciente", ressaltou.

    O parecer nº 14/2017 do CFM orienta os médicos em relação ao uso dessas plataformas no âmbito da profissão. Diz o texto: “o whatsapp e plataformas similares podem ser usados para comunicação entre médicos e seus pacientes, bem como entre médicos e médicos em caráter privativo para enviar dados ou tirar dúvidas com colegas, bem como em grupos fechados de especialistas ou do corpo clínico de uma instituição ou cátedra, com a ressalva de que todas as informações passadas têm absoluto caráter confidencial e não podem extrapolar os limites do próprio grupo, nem tampouco podem circular em grupos recreativos, mesmo que composto apenas por médicos, ressaltando a vedação explícita em substituir as consultas presenciais e aquelas para complementação diagnóstica ou evolutiva a critério do médico por quaisquer das plataformas existentes ou que venham a existir”.

    Já o Conselho Federal de Psicologia foi mais longe e autoriza as terapias online. A psicóloga, especialista em Terapia Cognitivo Comportamental e Dependência Química, Claudia de Jesus Martins já aderiu à ferramenta digital. "É somente uma forma de não deixarmos o tratamento descontinuar em ocasiões onde não seja possível a presença física do paciente", explicou. "Tenho uma cliente que está há três meses na Inglaterra, e se não fosse o Skype, teríamos que interromper a terapia. Este é um caso de atendimento  mais longo. Também atendo à distância pacientes que adoecem e ficam impossibilitados de comparecer pessoalmente. Antigamente, haveria a falta à sessão, agora isso não precisa ocorrer", comentou a psicóloga.

    A resolução do conselho determina que todo psicólogo com registro e que esteja capacitado tecnicamente poderá prestar este serviço. Para isto terá que fazer um cadastramento individual numa plataforma nacional, própria para este fim, que permitirá a orientação pelo conselho. Este cadastro deve estar disponível tanto para o conselho, que deve fiscalizar, quanto para o paciente, que poderá verificar se ele está dentro da regulamentação. O serviço pode ser oferecido em plataformas especializadas ou aplicativos, desde que seja garantido total sigilo dos dados dos usuários.

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