• Homem baleado por PM dentro de bar ainda não prestou depoimento

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  • 10/12/2018 11:20

    O homem, de 25 anos, baleado com um tiro no joelho por um Policial Militar (PM) dentro de um bar na Rua 7 de Abril, no Centro, ainda não foi ouvido pela Polícia Civil (PC). A informação foi dada pelos familiares da vítima que contestam a versão apresentada pelo PM que efetuou o tiro. O inquérito foi aberto na 105ª Delegacia de Polícia (DP), no Retiro. A Tribuna questionou o delegado titular, Claudio Batista, sobre o andamento do processo, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta. A família também já entrou com uma denúncia na Corregedoria da Polícia Militar. 

    A confusão dentro do bar aconteceu no dia 23 de novembro e foi filmada por clientes e pessoas que passavam na rua. De acordo com os policiais militares, o homem teria fugido para o bar depois de ter sido abordado na Praça da Liberdade, por suspeita de tráfico de drogas. Em uma das gravações, com cerca de quatro minutos, é possível ver uma discussão entre o homem e policiais e muita gritaria. Os policiais tentavam fazer com que o homem se ajoelhasse e colocasse as mãos na cabeça, mas ele se negou e, em meio a gritaria e empurrões, reagiu. A mulher dele, que testemunhou a ação, afirmou que ele não queria ser algemado porque não fez nada de errado. 

    "Viemos para o Centro da cidade juntos, mas desembarquei antes porque precisava ir a uma loja na 7 de Abril. Só que, quando cheguei, o comércio já estava fechando. Acabei ligando para ele e combinamos de nos encontrar no caminho. Eu estava com meus dois filhos e fui andando pela Avenida Roberto da Silveira até encontrá-lo, na altura da Praça 14 Bis. Tínhamos acabado de nos encontrar quando os policiais chegaram, já gritando e o agredindo. Ele, então, saiu correndo. Fui atrás e vi quando ele entrou no bar", explicou, acrescentando que o marido reagiu ao ver que um dos policiais tinha puxado seu cabelo. "Quando vi o policial tinha atirado nele. Mesmo depois disso, nada foi encontrado. Ele não estava com drogas, com nada", criticou ela, que já prestou depoimento na delegacia. 


    Testemunha afirma que não houve tentativa de assalto ao bar

    Um funcionário do bar, que estava no local na hora, prestou depoimento na 105ª Delegacia de Polícia (DP), no Retiro, no dia seguinte à ocorrência. Ele contou que viu quando os policiais militares perseguiam o homem e, momentos depois, todos entraram no bar. "Ele (suspeito) passou correndo na calçada e os policiais atrás. Ele tentou entrar em uma casa, mas como o portão estava fechado, os policiais conseguiram pegar, foi quando eles vieram parar aqui dentro do bar", contou. "O homem estava bem exaltado. Ele xingava os PMs, tentou agredir e pegar a arma deles", disse. Ele informou ainda que não houve nenhuma tentativa de furto ou roubo cometido pelo suspeito ou pela mulher. 

    De acordo com a ocorrência da Polícia Militar, os policiais estavam em patrulhamento na Praça da Liberdade quando perceberam que o suspeito estaria traficando drogas no local. Ao ser abordado ele fugiu. O homem é morador da localidade de Vila Rica e tem duas passagens criminais por tráfico. Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública, o primeiro ingresso no sistema prisional foi em agosto de 2011 e a segunda em fevereiro de 2015. Ele foi solto em junho do mesmo ano, depois que teve a prisão revogada pela justiça.

    O homem ficou internado por alguns dias no Hospital Santa Teresa (HST). Na semana passada, ele teve alta e, na última quinta-feira (6), retornou para a unidade onde aguarda a cirurgia. "Ele está sentindo muita dor e não consegue andar. Ainda não está marcada a cirurgia, mas estamos aguardando", comentou um familiar.

    A Tribuna também questionou o comandante do 26º BPM, o tenente-coronel Wagner Mello da Silva sobre o andamento da denúncia na corregedoria e se foi aberta alguma investigação contra o policial militar que efetuou o disparo, no entanto, até o fechamento desta edição não tivemos resposta.

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